sábado, 3 de agosto de 2019

naturalmente

Oi moço,

Não sei como vou começar essa conversa sem tropeçar em todos esses obstáculos, preciso mandar minha mensagem via rádio pra conseguir chegar aí no pote de ouro do final do arco-iris onde você mora?
Eu poderia descrever a primeira vez que te vi, numa sala cheia de pessoas de um lado e de outro. Você sorriu e iluminou a sala, admita que você faz isso de propósito, tem que ser intencional o jeito como você mexeu comigo à metros de distancia e sem dizer uma palavra.
Gravei aquela imagem do sorriso numa camisa branca social, que só observava enquanto umas pessoas estranhas lutavam por um lugar ao sol. A pequena reunião acabou, sua imagem ficou gravada, porém esquecida no turbilhão da minha vida. Sentimentos, pessoas, desejos, fracassos, ansiedade, uma época negra em dias de inverno ensolarados. O tempo passa e eu passei de estranha a possível candidata, entre um telefonema e outro, emails, mensagens, nervosismo, um chamado. Lá estava eu na sua frente, lutando mais uma vez contra aquele sorriso embaralhando minhas ideias, parece que funcionou e agora eu veria aquele sorriso e sentiria aquele perfume por muitos dias. Teria que controlar todos os meus instintos de mulher e ser apenas mais uma pessoa. Um nome. Um cargo.
Foi fácil quando a distancia apareceu, sabe as vezes a gente consegue entender que algumas ideias precisam ficar na cabeça sem a menor pretensão de acontecer, mas eu preciso te dizer, por ondas de rádio, mensagem, sinal de fogo, que você faz isso cada dia mais difícil quando nossos olhos e sorrisos se encontram e eles falam, gritam, que queriam ficar presos naqueles momentos, tão raros, tão sutis..por alguns momentos eu largaria tudo pra deixar de ser a chuva e você meu arco-iris, por um momento eu tento te dizer que eu queria que fossemos tempestade.